Depois de não conseguirem marcar um horário para falar com procurador-geral da República, Roberto Gurgel, senadores do PT, PDT e PSB decidiram, então, protocolar um pedido de esclarecimentos sobre os parlamentares citados na Operação Monte Carlo, que investigou a máfia dos caça-níqueis em Goiás. Os parlamentares queriam conversar pessoalmente com Gurgel e o encontro chegou a ser aventado para as 10 horas de hoje, conforme antecipou o líder do PT, Walter Pinheiro (BA).
A audiência foi desmarcada depois que o procurador alegou falta de tempo para receber os parlamentares. "Nós ligamos para ele (Gurgel) e ele disse que está com uma agenda que só termina no final da tarde", informou Pinheiro. "Não faço questão nenhuma de ter contato com ele, mas me preocupa o descaso de, há oito dias, ele não responder à nossa representação", criticou.
O documento foi a primeira solicitação para que o procurador-geral da República informe os senadores sobre os parlamentares envolvidos na operação. O líder reiterou que Roberto Gurgel pode ser alvo de uma queixa no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) se não providenciar essas informações. "Estou fazendo a cobrança do trabalho, para que ele cumpra com suas funções e dê sequência a um processo de apuração", justificou Pinheiro. "Esperamos ter a resposta em 48 horas. Se isso não acontecer, vamos representar no conselho contra ele", disse.
O senador lembrou que o próprio Gurgel declarou ter essas informações desde 2009. "O que nos consta hoje é que o procurador tem uma farta documentação. A operação (Monte Carlo) está encerrada e, portanto, não cabe mais a gente ficar aguardando notícias que vazam de uma suposta investigação sigilosa", disse. O líder entende que a demora em abrir processos contra os parlamentares supostamente envolvidos no esquema "facilita a defesa e estimula a farra de dados divulgadas por meio de uma arapongagem montada no País".