Em represália aos constantes acidentes causados pela Petrobras, o secretário estadual do Meio Ambiente José Antônio Andreguetto suspenderá a audiência pública marcada para março com a direção da Petrobras. A empresa apresentaria estudos de impacto ambiental para obter permissão para a construção de uma termoelétrica a óleo em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba.
Andreguetto sobrevoou a área do acidente ontem e detectou falhas nas barreiras montadas pela Petrobrás para a contenção do óleo. O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) já determinou maior eficiência na absorção do óleo. De acordo com o secretário, as providências já estavam sendo tomadas ontem pela Petrobrás.
"Com a chuva forte algumas barreiras se romperam. Para conter o óleo é necessária também a utilização de mantas com maior absorção", avaliou. Andreguetto afirmou que o oleoduto continuará interditado até uma vistoria da Agência Nacional de Petróleo (ANP) certificar sua segurança.
Questionado sobre a manutenção dos equipamentos, o diretor de Dutos e Terminais da Transpetro, Wong Loon, lembrou que uma resolução do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) já exigiu uma auditoria por agente externo. Isso vem sendo feito nacionalmente e no Paraná deve acontecer em outubro. Sobre possíveis falhas nas barreiras de contenção, ele disse que em alguns trechos o rio é muito largo e não é possível colocar barreiras.
As punições e a multa pelo vazamento devem ser estipuladas nesta semana, depois que o IAP receber laudos dos exames que estão sendo feitos com amostras de peixes e água.
Uma reunião entre o governo e ambientalistas está prevista para a primeira quinzena de março para avaliar os impactos do vazamento e discutir a prevenção de novos acidentes. De acordo com o secretário, muitos danos ao meio ambiente só serão sentidos daqui a alguns anos e a Petrobrás também deve ser responsabilizada no futuro.