O Tribunal de Contas do Estado (TC) divulgou nesta segunda-feira (07/05) o resultado de uma auditoria apontando que a Prefeitura de Maringá sofreu um rombo de R$ 106,9 milhões entre 1994 e 1999, durante as administrações de Said Ferreira e Jairo Gianoto. Gianoto responde a processos pelas irregularidades junto com seu ex-secretário da Fazenda, Luis Antônio Paolicchi, preso há cinco meses completados nesta terça-feira.
De acordo com a auditoria, a média de desvios dos cofres da prefeitura ficou entre R$ 25 mil a R$ 44 mil por dia, de 1994 até 1999. Neste mesmo período, o esquema do qual Paolicchi é apontado como um dos idealizadores conseguiu se apropriar de 10,29% da receita orçametária do município, o que equivale a 41,81% da receita tributária.
Só na gestão de Said, que governou Maringá entre 1993 e 97, foram desviados R$ 37,2 milhões. Outros cerca cerca de R$ 69 milhões teriam desaparecido durante a administração Gianoto, afastado do cargo por decisão judicial dois meses antes de entregar o mandato, em novembro passado. Tanto Gianoto como Said negam envolvimento direto com as irregularidades, atribuindo a Paolicchi toda a responsabilidade. O tribunal deverá investigar também as contas da gestão da gestão de Ricardo Barros (1989-92).
O ex-secretário Paolicchi garantiu que nunca agiu sozinho e chegou a revelar em depoimento que grande parte do dinheiro desviado foi usado para financiar as campanhas de reeleição do governador Jaime Lerner (PFL) e do senador Alvaro Dias (PSDB). Ambos negam ter sido beneficiados por Paolicchi, acusado pelo governo de tentar envolver o maior número de pessoas para desviar a atenção das denúncias contra si.
* Leia mais em reportagem de Dimitri do Valle na edição da Folha do Paraná/Folha de Londrina desta terça-feira