De governador reeleito em primeiro turno em 2014 a três vezes preso em três operações diferentes em 2018, Beto Richa (PSDB) está de volta à cena política sem qualquer sentimento de culpa e disposto a reconstruir a própria imagem e a do partido que o pai ajudou a fundar.
Passado o período de recuo forçado pelas denúncias de corrupção em seu governo e uma derrota ao Senado, ele adota o discurso de que foi vítima de um processo que chama de “demonização da política” por parte do Poder Judiciário (especialmente a Lava Jato).
Ciente de que sua derrocada ajudou a encolher o PSDB no Paraná, que hoje conta com menos de 20 prefeituras, três cadeiras na Assembleia Legislativa e apenas uma no Congresso Nacional, Richa retomou a presidência estadual do partido disposto a reverter o quadro.
Em visita recente à FOLHA, quando veio cumprir agenda em Londrina, o ex-governador se defendeu atacando quando questionado sobre as denúncias de corrupção que o levaram, como ele mesmo disse, ao inferno. Na entrevista, acompanhado de assessores e correligionários, em momento algum reconheceu ter cometido erros.
Richa cumpriu ao todo 27 dias de prisão nas três vezes em que a Justiça ordenou sua detenção nas operações Integração (braço da Lava Jato que apurou suposto esquema envolvendo as concessionárias de pedágio), Quadro Negro (suspeita de superfaturamento em obras de construção de colégios estaduais) e Rádio Patrulha (suspeita de desvio de recursos na compra de maquinário agrícola para pavimentação de estradas rurais).
“A Constituição é clara: prisão só acompanhada de prova. Que prova têm contra mim? Era para aniquilar minha eleição, meu processo nunca foi jurídico, foi político-eleitoral”, disse.
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