O senador Roberto Requião, presidente estadual do PMDB, encaminhou ontem à Comissão de Ética do partido, o pedido de expulsão do deputado federal José Borba. O deputado não atendeu à solicitação do partido para explicar seu envolvimento com o ex-secretário de Fazenda de Maringá, Luis Antônio Paolicchi, de quem tomou emprestado R$ 92.160,00 para quitar uma dívida com o extinto Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC), em janeiro de 99. O ex-secretário de Fazenda é acusado de desvios da prefeitura, que podem chegar a R$ 100 milhões. Paolicchi está preso em Maringá.
Requião disse ontem em Curitiba, que a bancada do partido na Assembléia Legislativa, composta por sete deputados, havia dado um prazo de 10 dias para que Borba se pronunciasse. Como o prazo venceu e o deputado não prestou as informações necessárias, o pedido de expulsão foi encaminhado.
O deputado garantiu ontem à reportagem da Folha que não pretende se desligar do PMDB. "Não cogito a hipótese de pedir meu afastamento do partido", disse. Ele afirmou que vai recorrer da decisão do diretório estadual do partido assim que receber a notificação da Comissão de Ética. Borba foi reeleito para a Câmara Federal pelo PTB em 98 e no ano seguinte ingressou no PMDB.
O advogado do parlamentar, Roberto Bertholdo, questiona a iniciativa do partido e lembra que não existem provas para justificar a expulsão. "Não há qualquer justificativa ética, moral ou política para a iniciativa do senador Requião", argumenta. Bertholdo e Borba já haviam comparecido à Promotoria de Defesa do Patrimônio Público em Maringá, quando o deputado se comprometera a devolver o valor emprestado de Paolicchi. Bertholdo disse que encaminhou à Justiça estadual, na semana passada, uma ação de consignação em pagamento dos R$ 92.160,00.
O advogado também ressaltou que assim que receber a notificação do partido, vai questionar judicialmente a decisão do presidente estadual do PMDB. "Ninguém pode ser acusado por emprestar dinheiro de um empresário", disse Bertholdo ao justificar o empréstimo feito por Borba de Luis Antônio Paolicchi.