Política

Requião leva ataques de Beto Richa ao TSE

30 set 2002 às 17:02

Irritado com o fogo cerrado no horário eleitoral gratuito, o candidato do PMDB ao governo do Paraná, senador Roberto Requião, enviou carta ontem ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Nelson Jobim. O peemedebista expõe sua indignação contra ''acusações caluniosas, injuriosas e difamatórias'' feitas pelos seus adversários.

O candidato tucano, Beto Richa, explorou no horário eleitoral o acidente automobilístico envolvendo o sobrinho do senador, em 27 de outubro do ano passado, em Curitiba, quando duas jovens morreram. Na época, Requião foi acusado de se beneficiar de seu cargo de senador para ajudar seu sobrinho.


Requião pede ao TSE que adote medidas para ''agilizar a Justiça Eleitoral do Paraná''. ''A investidura no mais alto cargo da Justiça Eleitoral brasileira impõe responsabilidades que Vossa Excelência saberá discernir, adotando as medidas aptas a impedir que a impunidade macule a atuação da Justiça Eleitoral do Paraná'', diz Requião ao ministro. No documento, ele relaciona todas as
acusações que estão sendo feitas pelos seus adversários nos últimos dias.


''Acusam-me de ter pacto com o diabo, de ser o próprio satanás, de encobrir
criminosos, de ser o responsável indireto pela morte da avó de uma jovem
vitimada num acidente de trânsito, simplesmente pelo fato de um dos meus
sobrinhos estar envolvido no sinistro, de haver tido o meu mandato de
senador cassado'', relata Requião. ''Ninguém em todo o país tem
sido atacado tão violenta e injustamente como eu nesta campanha eleitoral'', reclama.


A fita que tenta convencer o eleitor de que Requião teria pacto com o demônio foi levada ao ar no programa da coligação encabeçada por Alvaro Dias (PDT), e causou sérias dores de cabeça à campanha do senador. Tanto que ontem, no tempo reservado ao PMDB horário eleitoral, Requião disparou: ''Meu Deus, a que nível chegaram meus adversários'', protestou. Disse que esse é o nível mais baixo da história da política brasileira. Referiu-se ainda ao acidente, dizendo que fez ''o que um tio tinha que fazer''. Em seguida, o PMDB mostrou cenas de telejornais noticiando que o Ministério Público, através de parecer, entendeu que Requião não cometeu nenhuma ilegalidade ao socorrer o sobrinho.


''Estamos às vésperas do fim da propaganda eleitoral e no ritmo em que a Justiça Eleitoral julga, nos encontramos na iminência de assistirmos a um festival de impunidade que não será esquecido pelo povo do Paraná'', protesta Requião.

Na reta final da campanha, o horário eleitoral mudou de tom. De forma geral, a discussão de propostas de governo foi substituída pelos ataques mútuos. O horário eleitoral acaba nesta quinta-feira, três dias antes das eleições, que acontecem no domingo.


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