A Comissão da Reforma Política da Câmara dos Deputados retoma nesta terça-feira a discussão do anteprojeto do relator Ronaldo Caiado (PFL-GO).
A comissão ainda não chegou a um consenso. A maioria dos deputados defende o financiamento público das campanhas eleitorais para moralizar o sistema, mas há muitas resistências sobre o sistema de eleição por lista fechada, no qual o eleitor vota no partido, que escolhe seus candidatos nas convenções.
O deputado João Fontes (PT-SE) é um dos que apóiam o financiamento público e são contra a lista fechada. Ele acredita que a lista vai acabar com a eleição direta.
"A lista preordenada não democratiza, tira do eleitor a capacidade de escolher seu candidato. É um retrocesso, uma volta ao colégio eleitoral, derrubado pelo povo nas ruas durante a campanha das eleições diretas", avalia.
Entre os que defendem a lista fechada, está a deputada Luíza Erundina (PSB-SP). A parlamentar diz que quem critica esse modelo de votação desconhece a realidade mundial. "Só existem três países, inclusive o Brasil, que ainda não têm listas preordenadas, e isso explica a fragilidade dos nossos partidos, a pouca qualidade e legitimidade da representação popular no Congresso Nacional".
O Poder Executivo ainda não encaminhou a proposta de Reforma Política, mas a Câmara já debate o tema desde o início do ano.