O PT reagiu rápido ainda na quarta-feira (12) e colocou em ação uma estratégia de defesa de Lula que já tinha sido traçada previamente. Assim que foi anunciada a sentença, petistas e aliados foram às ruas e recorreram às redes sociais para classificar a decisão como perseguição política.
Em nota oficial, a senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT, afirmou que a decisão de Moro é "eminentemente" política. Segundo ela, a sentença teve como base "exclusivamente a necessidade de o juiz prestar contas à opinião pública".
Para Gleisi, não há razão para que Lula seja preso. "Qual é o risco que o ex-presidente Lula representa para o Brasil?", questionou a senadora. "Se quiserem tirar Lula da vida política, sejam decentes e corajosos. Lancem um candidato e disputem nas urnas", afirmou.
Em discurso no plenário do Senado, o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ), também criticou a decisão. "Estão condenando Lula sem uma prova. O procurador Deltan Dallagnol admite que não tem prova", disse, complementando que o partido não vai "aceitar calado".
Os senadores petistas viajaram ontem para São Paulo no fim do dia para prestar solidariedade ao ex-presidente. O senador Jorge Viana (AC) ainda disse que a decisão de Moro foi "uma antecipação de uma cassação de uma candidatura que nem foi formalizada".
Prevendo que esse seria o desfecho na primeira instância, Lula intensificou nas últimas semanas sua agenda de pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2018 e concedeu diversas entrevistas para veículos do Nordeste, sendo que todas elas foram transmitidas ao vivo na página do Facebook do ex-presidente.
A partir de agora, a pré-campanha será convertida em um movimento de solidariedade ao petista. "Tem de haver reação popular nas ruas e nas redes sociais contra essa decisão absurda desse juiz Sérgio Moro. Uma condenação sem prova deve ser questionada e denunciada", escreveu em nota oficial o líder da Central de Movimentos Populares, Raimundo Bonfim.
Ele e outras lideranças, como Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), estiveram à frente de uma manifestação que reuniu centenas de pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo. Presente ao ato, o presidente estadual do PT, Luiz Marinho, disse "estranhar o cronômetro usado pelo juiz Sérgio Moro".