Política

Quatro cidades do PR iniciam 2015 com novos prefeitos

03 jan 2015 às 08:21

Quatro municípios paranaenses começam o ano sob nova direção e com ameaça de auditoria nos atos dos administradores anteriores. Em São Jerônimo da Serra (Norte Pioneiro) e Turvo (Centro-Sul), os prefeitos foram cassados em sessões extraordinárias realizadas na véspera do Ano Novo, após enfrentarem Comissão Processante (CP) nos legislativos locais.

Em Jundiaí do Sul (Norte Pioneiro), Tião Dias (PT) assumiu anteontem após vencer eleições suplementares em 6 de dezembro de 2014. No caso de Rolândia (Região Metropolitana de Londrina), o novo presidente da Câmara, José de Paula Martins (PSD) passa a comandar o Executivo no lugar da ex-presidente Sabine Giesen (PMDB), cujo mandato na Mesa Diretora se extinguiu – então no cargo, ela foi empossada após o afastamento do prefeito Johnny Lehmann (PTB).


Em Turvo, o prefeito Nacir Bruger (PSL) enfrentou uma CP aberta após duas Comissões Especiais de Inquérito (CEIs) indicarem possíveis irregularidades em licitações para a merenda escolar e para a coleta de lixo da cidade, segundo o relator das duas CPIs e da CP, Onézimo Ferreira (PSDB). Bruger foi cassado pois seis votos favoráveis e um contra – outros dois vereadores faltaram à sessão, ocorrida na tarde de 31 de dezembro.


Com o afastamento, assume o vice-prefeito, Miguel Petrin (PMDB), que promete fazer levantamentos nos setores responsáveis pelas licitações com problema. "Se houve erros, deve haver punição, exoneração", afirma.


Procurado ontem à tarde, Bruger estava viajando. Um homem que se identificou como César Augusto Soares e diz ser parente do prefeito afastado diz que ele não queria dar entrevista, mas que deve pedir na Justiça a nulidade da CP devido a irregularidades na condução do processo.


Acusado de comandar um esquema de corrupção dentro da prefeitura de São Jerônimo da Serra, Adir dos Santos Leite foi cassado em uma das três CPs que enfrenta no Legislativo. Ele já estava afastado da função desde 17 de novembro passado e, com o resultado, o vice João Ricardo de Melo (PPS) permanece no cargo. Ele não foi encontrado ontem pela FOLHA, assim como o presidente da Câmara, Alfredo Luiz Bernardo (PP) e o presidente da CP, Alcídio Gabriel (PPL).


As denúncias chegaram ao Legislativo após ser acusado pelo Ministério Público de comandar 73 ações criminosas que resultaram em desvios de dinheiro público, conforme apuração do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na Operação Sucupira. O advogado de Adir, Maurício Carneiro, disse que vai recorrer porque seu cliente teve seu direito à defesa cerceado – uma das três CPs foi suspensa pela Justiça até que as testemunhas arroladas pela defesa sejam ouvidas.


Em Rolândia, José de Paula promete fazer auditoria nas secretarias comandadas por Lehmann. "A situação está precária e temos de garantir o salário de janeiro", afirmou. Enquanto estiver na prefeitura, a Câmara será comandada pelo vice-presidente, Alex Santana (Pros).


Lehmann teve o diploma cassado no início de 2013 pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná sob acusação de abuso de poder econômico, mas manteve-se no cargo por força de liminar concedida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em maio daquele ano. A decisão provisória foi derrubada no dia 5 de dezembro pela ministra Maria Thereza de Assis Moura.

Em Jundiaí do Sul, Tião Dias disse ter feito as primeiras reuniões ontem com servidores que cuidam de setores considerados críticos, como licitações, contabilidade e saúde. Ele afirmou que pretende nomear servidores para cargos de secretário para economizar salários e evitar infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), mas que os nomes só devem surgir na próxima semana. Ele também disse que o Ministério Público já manifestou favoravelmente ao pedido da Câmara de Vereadores para auditoria no Executivo ainda este mês.


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