O artista plástico Sarquis Sâmara e sua mulher, a arquiteta Marilucia Dal Ross Sâmara, admitiram na terça-feira (18) a prática de crimes de falsidade ideológica ao registrar empresas em nome de "laranjas", mas negaram ter contribuído para o esquema de lavagem de dinheiro do auditor José Luiz Favoreto Pereira, ex-delegado da Receita Estadual de Londrina. O casal foi interrogado pelo juiz da 3ª Vara Criminal, Juliano Nanuncio, no processo relativo à terceira fase da Operação Publicano.
Amigos íntimos do auditor Luiz Antonio de Souza, também réu processo, eles trocaram abraço afetuoso com o principal delator do esquema, que segue preso desde janeiro de 2015, e acompanha as audiências sob escolta da Polícia Militar.
Primeira a ser ouvida, Marilucia disse que ela era a principal responsável pelo gerenciamento das empresas e que o marido cuidava da produção, já que é artista plástico internacionalmente conhecido principalmente pelas esculturas e objetos em alumínio. Segundo o Ministério Público (MP), eles têm duas empresas em seus nomes e pelo menos outras três em nome de "laranjas".
Segundo Marilucia, a ideia de usar o nome de "laranja" para abrir uma segunda empresa, em 2010, ocorreu em razão da derrocada financeira da primeira empresa do casal, a Aluminiun. Tudo o que ganhavam acabava se perdendo em juros bancários. "Um consultor amigo nosso nos aconselhou a abrir outra empresa em nome de outra pessoa."
A pessoa escolhida foi Ivonete Pereira Meireles Marinho, que trabalhou durante muitos anos como empregada doméstica do casal, e, agora, tornou-se também ré no processo. "Eu fiz na confiança, me sentia parte da família", disse Ivonete, que também foi interrogada ontem.
Antes do processo, ela trabalhava no setor de empacotamento da empresa que está em seu nome. Após a Publicano 3, devido à ordem judicial de não manter contato com os outros réus, não vai mais ao trabalho, mas recebe o salário mensalmente, informou. Segundo Sarquis, a Ivonete ME continua ativa.
Em nome da empresa Ivonete Marinho ME foram realizadas várias transações consideradas ilegais e que, na avaliação do MP, conforme a denúncia, teriam auxiliado na lavagem de dinheiro obtido por meio de atos de corrupção por Favoreto.
Leia mais na edição desta quarta-feira da Folha de Londrina.