O PT fechou um acordo interno para tentar esvaziar a crise política que dura quase cinco meses: a cúpula do partido quer que seis deputados sob ameaça de cassação renunciem logo ao mandato. Em troca, garante a eles legenda para concorrerem novamente à Câmara no ano que vem. A maior parte dos deputados - denunciados pelas CPIs dos Correios e do Mensalão - aceitou a oferta. Se renunciarem antes da abertura do processo de cassação, eles mantêm os seus direitos políticos.
Por trás do acordo, além do interesse de preservar o governo Lula, há a convicção de muitos petistas de que os deputados acusados estão sendo submetidos a julgamento sumário, sem direito a ampla defesa. Por essa interpretação, a negação da legenda seria um segundo julgamento, agora sumaríssimo.
Na próxima terça-feira, a Mesa Diretora da Câmara examinará o pedido de abertura de processo de cassação de 13 deputados, entre eles os petistas João Magno (MG), João Paulo Cunha (SP), José Mentor (SP), Josias Gomes da Silva (BA), Paulo Rocha (PA) e Professor Luizinho (SP).
Publicamente, os deputados do PT não admitem renunciar. Mas contaram a parlamentares do Conselho de Ética que, se tiverem a garantia de receber a legenda do PT, poderão optar pela renúncia. Eles dizem que vão lutar até o fim para provar inocência.
Fonte: Estadão