O PSD foi sem nunca ter sido integrante do bloco dos descontentes com o Palácio do Planalto. Presidido pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, o PSD anunciou ontem que não acompanhará a pressão para emparedar o governo Dilma, embora o partido tenha aparecido como adepto da iniciativa.
Em nota de seis parágrafos, Kassab e o deputado Moreira Mendes, líder da legenda na Câmara, afirmaram que o PSD apoia a reeleição da presidente Dilma Rousseff sem exigir nada em troca. Foi, na prática, uma estocada na direção do PMDB.
"É importante ressaltar que o PSD anunciou o apoio à reeleição e a sua entrada na base parlamentar do governo federal sem condicioná-los a nenhuma contrapartida ou exigência, mas, sim, por entender que, nesse momento, a reeleição da presidente Dilma (...) é fundamental para o Brasil porque medidas estruturantes iniciadas em seu primeiro mandato precisam de mais tempo para serem concluídas", diz a nota.
Na mensagem, Kassab e Mendes também argumentam que o convite para o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (PSD), ocupar o Ministério da Micro e Pequena Empresa, ainda no ano passado, não alterou a posição da bancada do partido, "que se manteve independente".
Mesmo assim, o PSB faz coro com as queixas de outros deputados aliados ao observar, na nota, que as relações institucionais do Palácio do Planalto com a Câmara precisam ser "melhoradas e aperfeiçoadas".
Kassab é pré-candidato do PSD à sucessão do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Nessa briga, além de Alckmin, ele terá como adversários Alexandre Padilha (PT) e Paulo Skaf (PMDB), em mais um racha da base aliada do governo Dilma.