Em depoimento na CPI do Banestado, o promotor de Justiça de São Paulo, Sílvio Antonio Marques, confirmou a existência de contas ilegais do ex-prefeito Paulo Maluf no exterior.
O dinheiro, segundo o promotor, era remetido ilegalmente para bancos na Suíça e na França e daí repassado para paraísos fiscais, tendo como ponto de origem da transação o Banestado.
Ele disse que o Ministério Público Estadual de São Paulo só não apresentou denúncia contra Maluf e alguns dos seus familiares (a mulher, Sílvia, o filho, Flávio, e a nora, Jacqueline) porque os advogados do ex-prefeito conseguiram bloquear, em Genebra, as ações de quebra de sigilo internacional dessas contas bancárias.
O presidente CPI, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), disse que o depoimento do promotor Sílvio Marques trouxe contribuições coincidentes com as linhas de investigação da comissão.
Depois dos depoimentos do contador da construtora "Mendes Júnior", Simeão Damasceno de Oliveira, e de Nicéia Teixeira de Camargo, a CPI já terá condições de marcar as datas de convocação para depoimentos dos ex-prefeitos de São Paulo Celso Pitta e Paulo Maluf. Essa decisão deve ser tomada na próxima quinta-feira, dois dias antes da viagem de cinco membros da comissão a Washington e Nova York, para encontros com autoridades da Justiça e Ministério Público americanas.