Uma procuradora do Município de Londrina foi demitida depois de ter viajado ao exterior no mesmo período que pediu afastamento do serviço por problemas de saúde. O decreto que oficializou o desligamento foi assinado pelo prefeito Marcelo Belinati (PP) e publicado na edição desta terça-feira (12) do Jornal Oficial.
O corregedor-geral do Município, Jefferson Bento Costa, explicou o motivo da demissão. "Ela priorizou atividades particulares no período de atestado médico, o que configura má conduta", afirmou.
O PAD (Processo Administrativo Disciplinar) foi instaurado em setembro de 2020. A Corregedoria descobriu que a procuradora solicitou dois afastamentos de 20 dias cada, mas viajou aos Estados Unidos quando deveria estar cuidando da saúde. "A funcionária pública postou algumas fotos dessas viagens nas redes sociais, material que também foi utilizado na investigação", disse Costa.
O corregedor preferiu não revelar o motivo dos atestados por sigilo médico. "A defesa alegou que as viagens poderiam ser feitas normalmente durante as licenças". Na parte administrativa, o processo transitou em julgado, ou seja, não há mais como entrar com recurso.
Salário
De acordo com o Portal da Transparência, a procuradora foi admitida na Prefeitura de Londrina em setembro de 1995. Em fevereiro, o salário bruto dela foi de R$ 28.079,09. Com os descontos e o redutor constitucional de não ganhar acima do teto máximo, que é o do prefeito, a remuneração líquida foi de R$ 14.062,71.
Uma realidade diferente do holerite de março. O vencimento bruto foi de R$ 31.405,52 sem a limitação imposta pela Constituição. O total líquido foi de R$ 20.301,10. Durante a apuração da Corregedoria, a servidora continuou a receber os salários.
A reportagem procurou o advogado dela, Roger Trigueiros, mas não houve retorno do contato.