Política

Prisão de Belinati surpreende lideranças

27 jul 2001 às 09:02

O prefeito de Londrina, Nedson Micheleti (PT), disse que ficou ‘surpreso’ com a notícia da prisão do ex-prefeito Antônio Belinati. A informação da prisão foi repassada a Nedson pelo secretário municipal de Fazenda, Paulo Bernardo, que o acompanha em viagem a Curitiba. ‘Todo este processo que ocorreu em Londrina ainda terá muitos lances no âmbito do Judiciário’, comentou. Ele viajou à Capital para participar de reunião na Associação dos Municípios do Paraná (AMP).

Para Nedson, a nova prisão de Belinati demonstra que o MP trata as investigações ‘com cautela e profissionalismo’. ‘O trabalho está sendo feito com muita consequência. Os promotores estão agindo bem.’ O próximo passo, na opinião do prefeito, é recuperar o dinheiro desviado. ‘O que mais se ouve falar em Londrina é o pedido da população para que os cofres públicos sejam ressarcidos. Temos a certeza de que o Ministério Público vai conseguir realizar esse trabalho.’


Outras lideranças ouvidas pela Folha também ficaram surpresas. O presidente da Câmara de Vereadores, Tercílio Turini (PSDB), comentou que, pela gravidade dos fatos apurados até agora, não tem dúvida de que ‘no final do julgamento a maioria (dos envolvidos) deve ser condenada’. Ele se disse surpreso pelo fato de as prisões acontecerem em época de férias do Judiciário, ‘período pouco comum para isso’.


A vereadora Elza Correia (PMDB) soube das prisões pela reportagem. ‘A expectativa da população é essa mesma, porque ninguém pode passar impunemente por esses crimes.’ Ela afirmou que aguarda agora a devolução de todo o dinheiro desviado dos cofres municipais. ‘Isso vai mostrar que cadeia não é só para pobre, negro e desempregado’, completou. Elza elogiou o trabalho do Ministério Público (MP).

Um dos idealizadores do Movimento pela Moralização na Administração Pública de Londrina, o empresário Valter Orsi ressaltou que ‘está se fazendo Justiça e (as prisões) vieram de encontro com o que a sociedade estava esperando’. Mas as prisões, segundo Orsi, foram só a primeira etapa. Além da indisponibilidade dos bens, ele apontou que é necessário que o patrimônio dos condenados seja revertido para o poder público. ‘Essa história de prisão, habeas-corpus, prisão novamente, só traz revolta’, avaliou.


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