Política

Presidencialismo brasileiro não contempla o remédio do recall, diz Requião

11 mai 2016 às 21:49

Antes de declarar voto contra a "besteira, a monumental asneira do impeachment da presidente da República neste momento", o senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou, no pronunciamento na sessão da Comissão Especial de Impeachment que avalia o afastamento de Dilma Rousseff (PT), que o "presidencialismo brasileiro não contempla recall ou referendo revogatório". Para o parlamentar, dissidência do PMDB, não há crime de responsabilidade que justifique o impeachment.

Requião, no entanto, admitiu que todos concordam que o governo tem dificuldade de sobreviver por falta de apoio, mas há o questionamento se o impeachment é a saída para a crise política e econômica. "Meu amigo Michel Temer assume suportado por série de ideias da 'Ponte para o Futuro' e reveladas em entrevistas por auxiliares que são as da utopia neoliberal com corte de gastos, a mesma proposta que fracassou em outros países".


O senador afirmou ainda que foi cabo eleitoral de Dilma e se sentia frustrado porque compromissos de campanha não foram cumpridos. "(Dilma) cumpriu o arrocho fiscal do PSDB e agora todo o grupo de oposição é contra. Os remédio do PSDB é o remédio da Dilma elevado à décima potencia", concluiu.


Crivella


O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) começou seu discurso informando que sentia muito pesar em anunciar que votaria a favor da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O senador, aliado do governo, manteve posição contra o impeachment até que o seu partido fechasse questão a favor do afastamento.


"Não restam dúvidas de que a presidente é honesta, mas também não restam dúvidas de que há indícios de crime de responsabilidade em sua gestão", argumentou o senador. Ele esclareceu, entretanto, que votava pela abertura do processo, sem dar garantias de que votaria também pelo impeachment da presidente na fase final do processo.


"O voto que profiro agora não é de condenação da presidente, mas de abertura do processo que passa a ser conduzido, como um julgamento, pelo presidente do STF. Quero que seja garantido todo o direito ao contraditório", alegou.

Bispo licenciado, o senador Crivella fechou sua fala fazendo citações bíblicas. Ele diferenciou o "Deus justo", bondoso, do "justiceiro", que age com ódio e deseja o sofrimento. "Peço a Deus que sejamos justos e não justiceiros", encerrou Crivella.


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