Política

Prefeitos se reúnem para defender ônibus mais barato

24 set 2003 às 09:44

Prefeitos das principais cidades brasileiras reúnem-se em Salvador nessa quarta-feira para cobrar do governo federal medidas que levem à redução da tarifa do transporte público.

De acordo com a Secretaria de Comunicação de Curitiba, o resultado do encontro da Frente Nacional de Prefeitos será transformado em um documento de reivindicação – a "Carta de Salvador" – que será entregue ao presidente Luis Inácio Lula da Silva.


O encontro da Frente Nacional de Prefeitos será aberto pelo governador da Bahia, Paulo Souto, e pelo prefeito de Salvador, Antônio Imbassahy, que esteve em Curitiba há duas semanas para participar da 53a reunião do Fórum Nacional de Secretários de Transportes Públicos, quando a necessidade da redução das tarifas de ônibus foi o assunto principal.


O presidente do Fórum e presidente da companhia de trânsito da cidade de Belo Horizonte, Ricardo Mendanha, explicou em Curitiba que uma tarifa de R$ 1,45 poderia ser reduzida a apenas R$ 0,30 se não fossem cobrados impostos sobre o combustível que abastece a frota de ônibus. "O impacto tributário é impressionante", disse Mendanha.


Outro dado citado pelo presidente chamou a atenção. "Cerca de 57 milhões de brasileiros simplesmente não têm condições financeiras para pegar um ônibus. Isso gera um problema de exclusão social imenso", disse ele.


Outra proposta compartilhada pela Frente de Prefeitos e pelo Fórum de Secretários é a aplicação de um quarto dos recursos da Contribuição por Interferência em Domínio Econômico (Cide), cobrada na importação e no comércio de combustíveis, num fundo nacional de transporte público. Esses recursos poderiam subsidiar uma redução significativa no preço da passagem que, em Curitiba, é integralmente paga pelo usuário.

O secretário nacional de transportes e mobilidade urbana do Ministério das Cidades, José Carlos Xavier, representou o governo federal no encontro em Curitiba e garantiu que o canal de diálogo com a União está aberto. "O governo entende a necessidade de discussão sobre o papel do transporte coletivo e tem um compromisso com a solução do problema", disse o secretário.


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