Prefeitos de vários municípios do Paraná estão indignados com a forma encontrada pelo banco Itaú para cobrar devedores, que vendeu os créditos para empresa de cobrança. A diretoria da Associação dos Municípios do Paraná se reúne hoje, em Curitiba, para elaborar um manifesto contrário ao banco. O Itaú vendeu para a Administração e Amortização de Créditos (AMC), nome fantasia da Rio Paraná Companhia Securitizadora de Créditos Financeiros, os créditos de difícil recuperação.
Entre as dívidas que começaram a ser executadas está a da prefeitura de Maringá. A AMC conseguiu bloquear o repasse de quatro meses do ICMS municipal até que se completasse o valor devido, em torno de R$ 10 milhões. Depois de negociação, foi possível prorrogar o prazo por um mês.
A Associação dos Municípios pediu à Secretaria da Fazenda um levantamento para saber quantos municípios têm situação semelhante à de Maringá. "Repudiamos a situação que foi colocada. Nem na ditadura se fazia isso", reclamou ontem o presidente da entidade, Joarez Lima Henrichs (PFL). Prefeito de Barracão, Henrichs falou que seu município não tem dívidas.
O diretor geral da AMC, Edemar Dalmazo, disse não se lembrar de muitos casos de municípios devedores. "Não tenho certeza se há outros municípios", se limitou a dizer.
Consultados pela Folha, as prefeituras de Londrina e Curitiba informaram que não têm dívidas com o Banestado/Itaú. "Londrina tem todas as dívidas possíveis, mas pelo menos esta não encontramos", disse ontem o secretário municipal da Fazenda, Paulo Bernardo (PT). Os empréstimos normalmente feitos eram de Antecipação de Receita Orçamentária (ARO), proibidos desde 98.