Supostas irregularidades
Quatro horas depois de ter sido afastado do cargo de chefe do Executivo por decisão judicial, o prefeito de Araucária (Região Metropolitana de Curitiba), Rizio Wachowicz (PFL), conseguiu retornar à prefeitura do municípío. No noite do mesmo dia 29, data em que foi destituído, Rizio teve ganha de causa numa liminar suspensiva expedida pelo Tribunal de Justiça (TJ).
A decisão do juiz Maurício Sigwalt, da Vara Cível de Araucária, prevaleceu das 15h15 de sexta-feria, horário em que o prefeito foi notificado, até às 19h10 desse mesmo dia, quando saiu a decisão do TJ. Depois de o prefeito ter sido afastado por três vezes apenas este ano, a população de Araucária ficou confusa e sem saber o que pensar. Na sexta-feira, por exemplo, o vice-prefeito Dirlei Falat Pereira de Souza chegou a assumir o cargo de prefeito (PMDB) durante o final da tarde.
Rizio é acusado em processo movido pelos promotores do município de descaso com o dinheiro público. O afastamento do prefeito seria uma garantia de que documentos importantes referentes ao caso não desaparecessem da prefeitura. O presidente em exercício do Tribunal de Justiça, desembargador Accácio Cambi, relata em seu despacho que se a preocupação era proteger a prova documental, deveria ter se tomado medida mais específica, visando a apreensão das provas, mas não a destituição do prefeito.
A ação movida pelo Ministério Público contra Wachowicz teve ínicio no segundo semestre deste ano quando, já em campanha para a reeleição. A Secretaria de Ação Social comprou várias cestas básicas para entregar à população de um bairro carente da cidade. No entendimento dos promotores, ele não poderia agir dessa maneira em plena campanha.
Rizio não se reelegeu. O novo prefeito será José Albanor Ferreira Gomes (PSDB).