Por 10 votos a 4, os vereadores de Foz do Iguaçu decidiram nesta terça-feira (11), em sessão extraordinária de julgamento, arquivar o processo que pedia a cassação do mandato do vereador Zé Carlos (PMN). A votação foi secreta e, conforme a legislação, o acusado não teve direito a assinalar a cédula. Oito votos favoráveis já seriam necessários para inocentar o parlamentar denunciado por supostos crimes de compra de votos, desvio de verba pública, abuso do poder econômico, prevaricação, falta de decoro parlamentar e formação de quadrilha, relacionados a dois financiamentos consignados no valor de R$ 38 mil, obtidos pelo ex-assessor Jair José Servo dos Santos.
Os trabalhos da Comissão Processante se estenderam por mais de 40 dias, sete testemunhas de acusação foram ouvidas, sendo que seis delas afirmaram que o vereador nunca recebeu valores procedentes dos empréstimos. A Presidente da CP, vereadora Nanci Rafain Andreola, foi enfática ao afirmar que o pedido de cassação era improcedente, conforme concluiu o relatório final da Comissão.
"Nos apresentaram somente provas verbais, nada materializado. O resultado da votação foi justa".
Antes de ser julgado pelos colegas, o vereador recebeu um tempo de até duas horas para se pronunciar na tribuna, mas preferiu ser breve. Em pouco mais de 10 minutos de fala, Zé Carlos destacou a imparcialidade da Comissão Processante, formada por parlamentares de oposição e que, em nenhum momento, foram pressionados por ele para omitir informações.
"Eu fui fiscalizado pelos colegas que estão num campo político diferente do meu, nunca fiz lobby, sempre sustentei que se tivesse alguma vírgula de verdade no que esse cidadão Jair afirmou, eu declinaria do meu mandato. O relatório veio trazer a verdade à luz da sociedade", desabafou Zé Carlos.
O vereador reafirmou a sua honestidade e agradeceu o apoio da família, dos amigos e dos eleitores que foram solidários a ele.
"Da minha parte, eu agradeço a esta casa de leis que dá exemplo a toda a sociedade, que é uma instituição séria e honrada, pelo julgamento político eu sou inocente, não sou quadrilheiro como tentaram me difamar".
O resultado do julgamento que culminou na absolvição de Zé Carlos será comunicado à Justiça Eleitoral. (com informações da Câmara Municipal de Foz do Iguaçu)