A cúpula do Partido Progressista não deve abrir processo de expulsão contra nenhum dos sete deputados da legenda que se posicionaram a favor da presidente Dilma Rousseff na votação do impeachment na Câmara, no dia 17 de abril.
A expulsão chegou a ser cogitada como uma das punições para os parlamentares que não seguissem a decisão da sigla de fechar questão a favor do impeachment da petista. As punições aos dissidentes devem ficar restritas a intervenções nos diretórios regionais.
A direção do PP não expulsará nenhum deputado para não afetar o tamanho da bancada da legenda. Atualmente, a sigla é dona da quarta maior bancada da Casa, com 47 deputados.
Dos 45 deputados do PP que participaram da sessão, 4 votaram contra o impeachment: Waldir Maranhão (MA), Macedo (CE), Roberto Britto (BA) e Ronaldo Carletto (BA). Outros três parlamentares se abstiveram: Beto Salame (PA), Cacá Leão (BA) e Mário Negromonte (BA).
Até o momento, a cúpula do Partido Progressista já interveio nos diretórios estaduais do Maranhão e do Pará, destituindo, respectivamente, Waldir Maranhão, 1º vice-presidente da Câmara, e Beto Salame dos comandos regionais do partido.
Na Bahia, não há previsão de punição. A cúpula do PP deve respeitar a aliança do vice-governador e presidente estadual da sigla, João Leão, com o governador Rui Costa (PT), o que levou os deputados baianos do PP a votarem a favor de Dilma.
No Ceará, o PP interveio no diretório regional, mas para dar o comando do partido para o deputado federal Adail Carnerio. Foi uma espécie de recompensa por ele ter rompido com o governador Camilo Santana (PT) e votado a favor do impeachment.
Dos partidos que tinham fechado questão em relação ao impeachment, somente o PDT deve de fato expulsar dissidentes. A legenda tinha decidido votar contra o impedimento, mas seis deputados desobedeceram à decisão da sigla e votaram a favor do impeachment.