Política

Ponta Grossa: dificuldade financeira continua

04 fev 2001 às 18:03

O primeiro mês da administração do PT em Ponta Grossa foi marcado por dificuldades. A prefeitura ainda não conseguiu colocar o salário dos servidores em dia. Mas o prefeito Péricles de Holleben Mello (PT) considera que alguns passos dados esse mês foram de extrema importância para os próximos quatro anos.

É o caso da reforma administrativa, criticada pelo Sindicato dos Servidores Públicos. "Essa estrutura que criamos foi necessária para podermos implementar nossos planos de ação", justifica Péricles, referindo-se aos cargos criados na área de saúde. Ele pretende implantar na cidade o programa Saúde da Família e para isso foram criados vários cargos, via mensagem enviada e aprovada pela Câmara.


A aprovação desse projeto, aliás, é para Péricles um sinal de apoio da Câmara ao seu governo. Pudemos perceber que temos a maioria, apoio que já havia sido mostrado quando conseguimos eleger o presidente da Câmara, Gerveson Tramontin Silveira (PT).


O primeiro mês da administração também foi marcado pelo início de averiguações na prefeitura. A administração determinou a realização de quatro auditorias: uma no contrato com a empresa de energia elétrica da cidade, outra na concessionária de transporte coletiva, a terceira no contrato com a empresa de coleta de lixo. A quarta auditoria é uma das mais representativas. Está sendo feita pela Fundação Getúlio Vargas e deve verificar toda a administração do ex-prefeito Jocelito Canto (PSDB). "Temos suspeitas de várias irregularidades, mas precisamos de um levantamento técnico para podermos comprovar", explica Péricles.


Outro ponto que ele destaca nesse início de mandato é o início da informatização da prefeitura. "Faremos um empréstimo com um bom prazo de carência e quando começarmos a pagar já teremos, graças à informatização, aumentado a receita do município. Sem contar na satisfação do contribuinte, que será atendido com muito mais rapidez", diz Péricles.


O relacionamento com o governo do Estado teve um primeiro impasse. Como nos dois últimos meses do ano passado as contas da prefeitura ficaram bloqueadas, não foi feito o pagamento das parcelas do Paraná Urbano. O acúmulo foi descontado no mês de janeiro. "Tentei negociar um parcelamento desses valores, mas não foi possível", disse Péricles. Mas explica que os responsáveis pelo programa mostraram motivos técnicos para isso. "Não posso fazer uma crítica ao governo do Estado por isso, mas infelizmente não fui atendido", diz o prefeito.


O relacionamento com a imprensa foi a maior dificuldade sentida pelo prefeito no primeiro mês de sua administração. "Cheguei a ser citado na imprensa nacional por uma coisa que não disse", alega. Péricles refere-se a uma frase publicada em revista nacional, em que ele teria dito que "prima não é parente". "Jamais disse isso e a discussão sobre nepotismo é algo que enfrento com tranqüilidade porque a minha prima está ocupando uma função para a qual está perfeitamente capacitada", destaca.

O prefeito disse ainda que suspeita que todos os comentários ventilados sobre nepotismo no PT do Paraná é uma "maquinação para desgastar o partido, já com vistas á eleição de 2002".


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