O PMDB entregará ao governo no máximo em 15 dias a lista de cargos que pretende ocupar no segundo escalão do governo federal, dentro do critério de perfil técnico já determinado pela presidenta Dilma Rousseff. À Agência Brasil, o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), disse que o problema criado no PMDB a partir do veto do Executivo à indicação do presidente de Furnas "é um assunto contornado".
Ontem (3), em uma conversa com o vice-presidente Michel Temer, a presidenta Dilma Rousseff disse que não aceitará pressões de setores do partido por causa das nomeações para o segundo escalão. Temer, por sua vez, pediu a ela que aguarde alguns dias para resolver a situação interna do PMDB. A conversa ocorreu, no Palácio do Planalto, logo após a cerimônia de anúncio de distribuição gratuita de medicamentos contra hipertensão e diabetes pelo programa Aqui tem Farmácia Popular.
Há alguns dias, a presidenta também pediu aos peemedebistas que conduzissem as conversas internamente, sem vazamentos. No decorrer de toda a semana, o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, e o de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, tiveram uma série de reuniões com os peemedebistas sobre a repartição dos cargos de segundo escalão.
O encontro de ontem, como o de quarta para quinta-feira, estendeu-se até as 2 horas, no hotel Royal Tulip Brasília Alvorada, residência provisória do vice-presidente Michel Temer."Foi uma conversa boa com o Palocci. O que aconteceu é que discutimos sobre esse assunto, o que era e o que não era possível fazer", afirmou Henrique Eduardo Alves.
Segundo o líder, já foi acordado com o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), que as indicações serão ratificadas pelo partido. Isso evita eventuais disputas de espaços pelas bancadas da Câmara e do Senado. Além de Furnas, cuja indicação de deputados do PMDB foi vetada e substituída por um técnico escolhido pelo ministro de Minas e Energia e integrante do partido, Edison Lobão, o líder peemedebista da Câmara ainda discute com o ministro da Sáude, Alexandre Padilha, o espaço do PMDB na Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
Nesse aspecto, o líder afirmou que "existe uma boa disposição" de Padilha para um entendimento. "A condição dessas conversas está sendo benfeita", acrescentou o deputado.