O presidente nacional do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson, tem um tipo de câncer de pâncreas raro, que corresponde a menos de 2% dos casos diagnosticados da doença, mas de mais fácil tratamento. A previsão é de que ele deixe o Hospital Samaritano no domingo e comece a fazer quimioterapia em quatro a seis semanas. Jefferson não está impedido pelos médicos de ir a Brasília, se necessário.
Pivô do escândalo do mensalão, que denunciou em junho de 2005, ele tem acompanhado o noticiário sobre o julgamento a partir de relatos dos seus assessores. Nesta quinta, passou a maior parte da tarde dormindo e não assistiu à transmissão da sessão do Superior Tribunal Federal.
Foi o cirurgião José de Ribamar Saboia de Azevedo quem mostrou as primeiras reportagens sobre o julgamento para Jefferson, na terça-feira, apesar de a família preferir preservá-lo. Roberto Jefferson riu, contou o médico. "É importante a pessoa se reintegrar à sociedade. Ele é um homem destacado nesse delicado momento da política do Brasil para ficar afastado das informações".
O ex-deputado tem o câncer chamado de carcinoma coloide, que se desenvolveu dentro do ducto do pâncreas. O tumor atingiu 4,9 centímetros. Dentro dele, o patologista Vilhermo Torres diagnosticou um foco de câncer maligno de 1,4 centímetros.
"É um tumor maligno dentro de uma lesão benigna, com uma configuração mais amigável, o que configura um prognóstico melhor", afirmou o oncologista Daniel Tabak. Não há na literatura médica estudos sobre o tratamento ideal para esse tipo de câncer, que tem cura em mais de 60% dos casos. Tabak e a equipe optaram por oferecer a mesma quimioterapia indicada para os pacientes que têm adenocarcinomas - câncer de pâncreas mais agressivo, em que menos de 20% dos pacientes estão vivos ao fim de dois anos.
Jefferson receberá o quimioterápico gencitabina semanalmente por seis meses. Ele não precisará ficar internado. O medicamento é menos tóxico e não produz os efeitos mais conhecidos da quimioterapia, como a perda de cabelo e a baixa imunidade.