Pivô do escândalo envolvendo o ex-ministro Antonio Palocci (Casa Civil) e a locação do apartamento de R$ 4 milhões no bairro de Moema, zona sul da Capital, o advogado Gesmo Siqueira dos Santos pode ir para a cadeia por fraude na venda de álcool combustível.
Dono do imóvel da Alameda Juriti que Palocci ocupou até o dia 30 de julho ao preço de R$ 16 mil mensais, Gesmo é alvo de investigação dos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), núcleo ABC. Os promotores querem sua prisão.
Filiado ao PT em Mauá (Grande São Paulo) há 23 anos, Gesmo é réu em 49 ações criminais. Em 18 de maio a Justiça mandou prendê-lo em caráter preventivo, acolhendo representação dos promotores Marcio Augusto Friggi de Carvalho e Mylene Comploier, do Gaeco.
Duas semanas depois, quando estourou o escândalo da moradia de luxo do então ministro, Gesmo estava foragido. Sua condição de procurado pela Justiça permaneceu em sigilo mesmo depois da queda do ministro, ocorrida no dia 7 de junho.
Liminar
Em agosto, ele obteve liminar em habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo para responder ao processo sobre a fraude em liberdade. As supostas relações de Gesmo com Palocci estão sendo investigadas em outro procedimento do Ministério Público Estadual por suspeita de lavagem de dinheiro.
O ex-ministro nega ter qualquer relação com Gesmo, apesar de militarem no mesmo partido. Em sua defesa, Gesmo alega ser inocente das acusações de fraude feita pelos promotores.
Mas, segundo os integrantes do Gaeco, Gesmo é responsável pelo Auto Posto São José, localizado em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. Ali a fiscalização encontrou álcool "vendido em desacordo com as especificações da Agência Nacional do Petróleo (ANP)". Ele foi denunciado pelos promotores.