Ontem, na matéria enviada aos jornais, Jaime Lerner chega a afirmar que o pedido de afastamento de Alceni Guerra - que começou o processo de demissão coletiva dos secretários de Estado - "reproduz a minha orientação". Nos bastidores da política paranaense, no entanto, comenta-se que a mudança completa do secretariado teria sido sugerida pela executiva nacional do PFL, o partido do governador e da maioria dos aliados dele. A cúpula teria elegido Alceni como um interlocutor do processo.
O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen, negou que tenha partido dele, ou de outros caciques do partido, a orientação para que o ex-secretário da Casa Civil detonasse o processo de demissão coletiva dos secretários do governador Jaime Lerner ."Estou sabendo disso (sobre os pedidos de demissão) por seu intermédio e isso é um problema de governo. Não nos cabe, e nem caberia, uma interferência nesse sentido", assegurou o senador em entrevista à Folha, de Florianópolis, ontem.
Bornhausen repete praticamente as mesmas declarações que fez nas duas oportunuidades em que esteve em Curitiba, durante a campanha pela reeleição do prefeito de Capital, Cassio Taniguchi. Alceni Guerra alegou que pediu demissão porque havia cumprido a "missão" delegada a ele por Bornhausen: tornar Jaime Lerner um nome viável para disputar a Presidência da República em 2002.