A verticalização das alianças revirou os escritórios paranaenses dos partidos. Além do PTB, que está em polvorosa, buscando uma desculpa para desembarcar da candidatura do senador Alvaro Dias (PDT), o PFL do Paraná também está confuso.
O deputado federal Rafael Greca (PFL), pré-candidato ao governo, critica a postura do presidente estadual da sigla, João Elísio Ferraz de Campos - que mantém conversas com os tucanos. Greca, em contato frequente com o presidente nacional do partido, Jorge Bornhausen, afirma ter o apoio da executiva nacional para defender a candidatura própria.
As bancadas federal e estadual têm opiniões diferentes. Os deputados estaduais querem definir o mais rápido possível a aliança com o PSDB, já o bloco federal diz que o caminho é a candidatura própria.
A falta de entedimento dos pefelistas ficou exposta nesta quarta-feira, na reunião organizada pelo ex-secretário do Desenvolvimento Urbano Lubomir Ficinski, o outro pré-candidato pefelista ao Palácio Iguaçu. Ficinski convidou a bancada estadual para um almoço, no restaurante Camponesa do Minho, em Curitiba.
O ex-secretário reafirmou aos deputados que não será obstáculo a uma composição com o PSDB. Greca - que não participou do encontro - disse que ''o almoço mostrou que ele (Ficinski) é candidato a vice do Beto Richa (nome do PSDB ao governo), o que eu lamento. Isso não serve ao tamanho do partido'', provocou Greca.
O deputado prometeu ir até o fim na sua candidatura, disputando a convenção. ''O jogo está apenas começando''. Sobre a conversa entre o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), e João Elísio, Greca disse que ''gostaria que o presidente do partido falasse com a autoridade de um ex-governador que preside um partido e não precisasse de ventríloquo, falando através do presidente da Assembléia''.
Bornhausen dedica esta semana a consultar as direções regionais sobre o lançamento ou não de candidato à presidência. A cúpula acredita que 80% dos diretórios não vão querer lançar candidato ao Planalto, facilitando as coligações nos estados.
Na próxima semana, as conversas se concentram nas articulações regionais. A direção nacional defendeu que o PFL do Paraná adiasse a reunião da próxima segunda-feira, quando seria definida a postura da legenda no Estado. A reunião deve acontecer, mas servirá, em tese, apenas para debates, sem sacramentar uma posição.