O delegado da Polícia Federal Sérgio Menezes, que investiga o caso do "mensalinho" (propina paga pelo empresário Sebastião Buani ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, em troca da prorrogação do contrato de exploração do restaurante Fiorella, da Câmara) vai sugerir ao STF (Supremo Tribunal Federal) a quebra dos sigilos bancário e telefônico de Severino e Buani. O processo segue nesta sexta-feira (16) ao Supremo, já que o inquérito envolve um deputado --a quebra do sigilo precisa do aval do STF.
De posse das informações financeiras dos dois, a investigação poderá comprovar se houve ou não pagamento de propina.
Severino ainda não decidiu se renuncia ao mandato de vez ou abre mão da presidência para brigar pelo mandato. A decisão deve sair na próxima segunda-feira (19) em um encontro com seus colegas da Mesa e líderes dos partidos aliados.
Severino também deve conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda hoje. A conversa foi acertada na tarde de ontem, em um almoço entre Severino e o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), o líder do PCdoB, Renildo Calheiros (PE), e o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Lula, no entanto, deve chegar de Nova York, onde estava na reunião de Cúpula das Nações Unidas, apenas no final da tarde.
Antes de decidir por qualquer das duas hipóteses, o presidente da Câmara quer consultar suas bases em Pernambuco.
A situação de Severino se complicou ainda mais depois que Buani apresentou um cheque no valor de R$ 7.500, sacado por uma das secretárias da presidência da Câmara.
O prazo para Severino renunciar ao mandato sem perder seus direitos políticos deve ser a próxima terça-feira (20). Essa deve ser a data em que a Mesa da Câmara enviará o pedido de cassação do presidente, feito pelos partidos de oposição, ao Conselho de Ética. A partir daí, com o processo aberto, mesmo que renuncie, Severino perde os direitos políticos por oito anos.
Fonte: Folhapress e Agência Estado