A força-tarefa da Operação Lava Jato investiga a participação do ex-tesoureiro do PP João Cláudio Genu em contratos da BR Distribuidora - subsidiária da Petrobras - no esquema de cartel e corrupção liderado pelo PT, PMDB e PP.
"As conversas captadas nos telefones apreendidos com João Cláudio Genu indicam que o investigado mantinha forte influência nos diretores e gerentes da Petrobras e da BR Distribuidora", sustenta o Ministério Público Federal, no pedido de prisão do ex-assessor do PP e seu sócio Lucas Amorim Alves, alvos da Operação Repescagem.
Apontada como uma das estatais loteadas ao PTB do ex-presidente e atual senador Fernando Collor de Mello (AL), a BR Distribuidora abrigava também nomes do PMDB, como o ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e dois ex-executivos da área de Abastecimento já citados nos inquéritos, José Raimundo Brandão Pereira e Sillas Oliva Filho.
Na análise das mensagens arquivadas no aparelho celular de Genu há conversas com os executivos da BR.
Em diálogo em 27 de fevereiro de 2012, Genu troca mensagem com interlocutor com apelido 'sof5.sing1'. "Recebeu?" E Genu responde: "Recebi. Estou falando c niteroi." Em outra conversa em 12 de abril o ex-tesoureiro do PP orienta 'sof5.sing': "Oi, tive notícia da sua volta. Parabéns. Pedir p você não falar c baiano. Pêra já foi comunicado. Vamos tentar nomes."
Segundo o MPF, 'sof5.sing1.' foi identificado como sendo Sillas Oliva Filho, funcionário da BR Distribuidora. Ele foi gerente de Comércio de Álcool e Oxigenados da Petrobras. Seu nome apareceu no esquema de pagamentos de propina via doleiro Alberto Youssef para a agência Muranno Brasil Markenting supostamente por ordem do ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli.
"Pêra" foi identificado pela Polícia Federal como sendo José Raimundo Brandão Pereira, ex-empregado da BR Distribuidora e ex-diretoria de Abastecimento. Seu nome foi citado como alguém sustentado no cargo pelo ex-ministro de Minas e Energia e atual senador Edison Lobão (PMDB-MA). Ele estaria envolvido no negócio da compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
"Niteroi" foi identificado pela Polícia Federal como sendo Pedro William Blyth, diretor da empresa Erechem Comércio e Representações.