A exemplo do que aconteceu na votação do primeiro turno da reforma da Previdência, a base aliada do governo não poderá contar com os votos dos oito deputados do PT que decidiram abster-se na votação, em segundo turno, marcada para hoje.
O deputado Paulo Rubem Santiago (PE) deixou o gabinete da presidência da Câmara, onde esteve reunido com o presidente João Paulo Cunha (PT-SP) e mais cinco deputados por mais de uma hora, afirmando que o grupo optou pela abstenção como forma de manter a coerência de seus trabalhos. "A abstenção será mantida. Ela é um não respeitoso à posição da bancada", disse ele. Rubem lembrou que o grupo tem consciência de que a posição terá consequência partidária, mas não teme punições rígidas da direção do PT. "Não queremos impunidade, nem queremos passar por vítima. Sabemos das punições, pode ser uma advertência ou outra coisa, e vamos aguardar as penalidades".
O deputado Chico Alencar (RJ), que também participou da reunião com João Paulo, garantiu que o presidente da Câmara não fez pedidos específicos ou ameaças ao grupo. Segundo Alencar, João Paulo apenas conversou com os parlamentares sobre a importância da reforma da Previdência. O parlamentar fluminense aproveitou para lembrar que encerradas as discussões sobre a reforma, os oito deputados voltam a debater com o partido os temas de interesse nacional. "Não existe grupo dos oito. O que houve foi uma convergência pontual contra pontos claros da reforma, que levou os parlamentares a um não respeitoso à proposta. Encerramos essa articulação hoje e voltamos a discutir normalmente com a bancada, pois queremos atuar junto a eles", acrescentou.
No primeiro turno, além de Paulo Rubem (PE) e Chico Alencar (RJ), os deputados Ivan Valente (SP), João Alfredo (CE), Maninha (DF), Mauro Passos (SC), Orlando Fantazzini (SP) e Walter Pinheiro (BA) se abstiveram na votação em plenário.