Os principais partidos políticos que atuam no Paraná estão divididos no tratamento que darão aos filiados que se tornaram dissidentes nesta eleição. Enquanto alguns não admitem a "traição" que enfrentaram no processo eleitoral e preparam expulsões, outros preferem ignorar os fatos, já pensando que 2004 é novamente ano de eleição. Consequentemente, é preciso ter um número expressivo de lideranças para fazer o partido crescer.
A executiva do PDT, partido do candidato derrotado ao governo, Alvaro Dias, está fazendo uma radiografia do comportamento das suas lideranças, para então enquadrar os dissidentes nas previsões do estatuto. Mas o presidente da sigla, Nelton Friederich, disse que o objetivo é muito mais fortalecer o PDT do que punir os que tomaram posição contrária à determinação da executiva.
O PMDB, do governador eleito Roberto Requião, está em paz com as suas lideranças. "Houve quase uma unanimidade no Estado em torno da candidatura do Requião", considerou o deputado Nereu Moura, líder do partido na Assembléia. O PT também está satisfeito com a atuação da sua base.
Já o PPS não esconde sua postura mais radical e já iniciou a "caça às bruxas". Ainda durante a campanha, a executiva estadual, presidida pelo candidato ao governo derrotado, Rubens Bueno, expulsou algumas lideranças que não seguiram a orientação de apoio a Requião. Foi o caso do prefeito de Pontal do Paraná, José Antônio da Silva.
O PSDB, do candidato ao governo que ficou em terceiro lugar na disputa, Beto Richa, oscila entre uma postura mais rígida e a necessidade de apoio nas eleições de 2004. "Não diria que vamos expulsar, mas substituir as lideranças que não acompanharam a decisão da executiva", disse o presidente Basílio Villani.
O PFL, que apoiou a candidatura de Beto, fará uma reunião na próxima semana para discutir este assunto, entre outras questões. Já o PPB informa que não faz parte da sua atuação o cerceamento da liberdade de decisão de cada integrante do partido.