O aumento da participação do Estado na composição acionária da Sanepar foi discutido ontem em uma reunião no Palácio das Araucárias entre o governador Roberto Requião e o presidente da companhia, Stênio Jacob.
Hoje o governo detém 60,29% das ações da Sanepar. Os outros 39,71% pertencem ao Consórcio Dominó liderado pela Vivendi Generale des Eaux e pela Suez-Lyonnais des Eaux. Também fazem parte do consórcio a Construtora Andrade Gutierrez e o Banco Oportunity.
De acordo com a assessoria de imprensa da Sanepar, ainda não houve uma definição sobre o aumento do capital. O assunto vem sendo discutido nos últimos dois meses.
O Consórcio Dominó tinha o controle administrativo da Sanepar mas em 2004, isso foi anulado através de uma decisão do Tribunal de Justiça. O governo defende que se a empresa não for pública não terá fim social.
O Estado também argumenta que se o consórcio continuasse com o controle administrativo, a empresa não poderia criar a tarifa social que oferece redução na conta de água e esgoto a 1,4 milhão de pessoas. Segundo informações da assessoria de imprensa do governo, o Estado quer que o controle da Sanepar seja totalmente público.
O presidente do Conselho de Administração da Sanepar, Pedro Henrique Xavier, disse que não poderia dar declarações sobre o aumento de capital da empresa porque a companhia tem capital aberto e, todas as decisões, precisam ser comunicadas primeiro para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) através de fato relevante.
No início de junho, o Conselho enviou ao governador um pedido de reajuste nas tarifas de água e esgoto de 11,7%. Requião disse que não pretende conceder o aumento. Segundo Xavier, o Conselho não deliberou mais nada sobre o assunto.
Ele comentou que o governador teria dito ontem que os investimentos realizados pela companhia não devem ser reiterados por aumento tarifário mas com financiamentos de bancos como o BNDES. ''Temos alternativas para realizar investimentos porque a Sanepar é uma empresa com grande capacidade de captação de recursos, principalmente do BNDES'', disse Xavier.
Folha de Londrina