O governo do Paraná voltou a adiar, desta vez por tempo indeterminado, o depósito do terço de férias de 135 mil servidores, incluindo 110 mil professores da rede pública. A informação foi confirmada na noite de ontem pela Casa Civil. Segundo a assessoria de imprensa da pasta, não há caixa suficiente para fazer os pagamentos, que venceriam hoje. A administração estadual também decidiu prorrogar o acerto dos trabalhadores provisórios da educação, os chamados PSS, cujos contratos foram rescindidos no início do ano.
Por outro lado, a gestão tucana garantiu que todos os funcionários receberão seus salários normalmente, desmentindo os rumores de que nem mesmo a folha seria quitada. Em novembro do ano passado, o governador Beto Richa (PSDB) havia anunciado o pagamento em três parcelas mensais sucessivas, sendo a última em março, dos abonos de 25 mil funcionários. Na época, foi informado que a "economia" prevista seria de R$ 14 milhões. Tradicionalmente, os professores já recebem o benefício, equivalente a R$ 107 milhões, ao voltar das férias, isto é, no fim de janeiro.
Como justificativas, a Casa Civil cita a baixa atividade econômica do País e o fato de o Executivo não poder contar com as receitas provenientes do pagamento do IPVA neste mês. O chamado pacote de austeridade, sancionado por Beto em dezembro e que englobava, entre outras medidas impopulares, o aumento na alíquota do imposto automotivo, de 2,5% para 3,5%, prevê uma noventena. Assim, os carnês só poderão ser quitados a partir de abril.