Aos 62 anos, o deputado federal Padre Roque Zimmermann (PT) tenta a eleição para o governo do Estado em uma verdadeira peregrinação pelo Estado.
Peregrinação essa bem diferente daquela realizada há 10 anos, quando elegeu-se deputado federal pela primeira vez percorrendo todos os municípios em um Volkswagen Voyage. Agora, o candidato percorre o Paraná em boa parte de avião. E é com a mesma obstinação de dez anos atrás, que o religioso com 38 anos de sacerdócio e professor licenciado da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) pretende chegar ao Palácio do Iguaçu com a promessa de reformas. Padre Roque Zimmermann é o segundo candidato ouvido pela Folha na série de entrevistas com os principais postulantes ao governo do Estado.
Folha - A segurança é uma das maiores preocupações da população paranaense. De concreto o que o senhor pretende fazer nesta área?
Padre Roque Zimmermann - A primeira coisa é atacar as causas geradoras da insegurança, que a meu ver são quatro. Em primeiro lugar a marginalização de parcela crescente da população, que está desesperada, sem chances de vida e sem perspectiva nenhuma de futuro.
A segunda é combater sem quartel e sem fronteiras o crime organizado. O crime organizado é o grande gerador da insegurança nesse estado e no país e se não atacarmos o crime organizado, não adianta outra coisa, é enxugar o gelo. Eu tenho a nítida impressão que nós todos sabemos onde ele está encastelado. Ele não está na periferia da cidade. Tem ramificações sim nas periferias, onde encontra seus operários, mas ele está encastelado em grupos econômicos, dos governos e também na banca.
O terceiro fato gerador da insegurança é o sistema penitenciário, que está perdido. Já o quarto fator gerador da insegurança é o conúrbio que existe entre as forças de segurança pública e o crime organizado. Hoje nós sabemos que setores da polícia não são só apenas participantes, como comandam o crime. Então você separando o joio do trigo, você pode punir os policiais envolvidos com o crime organizado e valorizar aqueles que efetivamente prestam a segurança no Estado. Temos também que dar melhores salários para os policiais da base, melhores condições de vida e de trabalho. Outra medida necessária é a unificação do comando. A própria PF (Polícia Federal) terá que ser, de alguma forma, integrada à Secretaria de Segurança Pública do Estado, principalmente nos setores de inteligência das polícias.
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