O plano de erradicação da pobreza extrema, anunciada prioridade do governo Dilma Rousseff, não será afetado pelos cortes de gastos do governo, embora siga indefinido o valor do reajuste do Bolsa Família, outra promessa da presidente.
A ministra Tereza Campello (Desenvolvimento Social) disse que o plano para erradicar a pobreza extrema ainda não está próximo de ser apresentado, mais de um mês depois de Dilma Rousseff ter lançado o PAC da Pobreza. "Ninguém monta um plano dessa envergadura em poucos meses", disse. O Brasil tem de 9,2 milhões a 21,5 milhões de pessoas vivendo no grau mais agudo de pobreza, dependendo do valor da renda máxima considerada para definir a miséria.
O benefício do Bolsa Família segue sem reajuste desde julho de 2009. O programa paga entre R$ 22 e R$ 200 mensais a 12,8 milhões de famílias. Dessas, 5,3 milhões não superaram a condição de miséria, apesar dos pagamentos.
"Já havia sido identificada a necessidade de aumentar o benefício e isso está preservado, a presidente vai definir o tamanho do aumento", disse Rômulo Paes, secretário-executivo do Desenvolvimento Social. É possível que o benefício básico, pago às famílias mais pobres, com renda mensal de até R$ 70 por pessoa, tenha um reajuste maior.
Hoje, Tereza Campello se reuniu com secretários estaduais. Um dos temas foi como alistar famílias pobres que tem direito aos pagamentos do Bolsa Família mas ainda estão fora dos cadastros oficiais. Há cerca de 200 mil famílias nessa situação.