A chegada da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para o lançamento da segunda versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2), nesta segunda-feira, 29, deu o tom político-eleitoral do evento. Pré-candidata do PT à Presidência da República, o nome de Dilma só foi anunciado depois que ministros, governadores e prefeitos já estavam presentes e perfilados no palco ou próximo dele. A ministra foi a única a ser aplaudida ao ter o seu nome anunciado por duas vezes. Na segunda vez, foi ovacionada de pé pela maioria dos participantes do evento.
Em seu discurso, Dilma descreveu o PAC como uma forma de garantir bem-estar para a população. "Não é uma sigla, uma cifra ou uma lista de obras. Não é um canteiro de obras. É uma realização humana", disse, para arrematar em seguida: "é uma parceria do Estado com a sociedade para gerar felicidade para as pessoas"
Seguindo as orientações do PT para aproximar o discurso ao cotidiano dos cidadãos comuns, Dilma, que normalmente faz apresentações técnicas dos balanços do PAC, usou uma abordagem mais simples, citando números, mas frisando muitos aspectos emotivos e qualitativos sobre o efeito da PAC na vida das pessoas.
A plateia de convidados, sentada bem em frente ao palco, aplaudiu a ministra até mesmo quando ela fez confusão com os números que apresentava. Em um dado momento, por exemplo, ela teve dificuldade para ler a quantidade de quadras poliesportivas cobertas que serão construídas em escolas. Quando ela acertou o número (6.116), a plateia aplaudiu. Dilma fez até piada, perguntando se alguém poderia trazer os óculos para ela. Os óculos já estão com ela, mas ela o segura na mão enquanto discursa.
A ministra também elogiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que "enxerga o País muito além do seu governo", e disse que PAC será "herança bendita" para o próximo presidente. A ministra da Casa Civil afirmou que o "PAC 2 incorpora, complementa e faz avançar o PAC 1".
"Vamos celebrar os resultados do PAC lançando o PAC 2. É a continuidade do programa que mudou a forma de governar o Brasil, colocando o investimento na ordem do dia", afirmou. Dilma disse ainda que o programa mobiliza todos os ministérios e "firmou um sólida parceria entre os setores público e privado permitindo um trabalho harmonioso entre as três esferas da federação". "Nenhum outro governo estabeleceu relação mais produtiva com Estados e municípios nas ultimas décadas", concluiu.
A ministra também centrou seu discurso na associação entre o programa de investimento em infraestrutura e o bem-estar das pessoas. "Esse dinheiro será transformado em qualidade de vida, em um futuro melhor para brasileiros e brasileiras", disse. Segundo ela, o PAC amplia metas e revigora os compromissos assumidos pelo governo Lula com o desenvolvimento do País e com o bem estar do povo brasileiro, além de manter o caráter de urgência, previsto no PAC 1.
"As metas estão ainda mais sólidas com ações de médio e longo prazo. O PAC é a prova, também, da profunda função de estadista do presidente Lula, que se preocupa com o destino das novas gerações", disse a ministra, acrescentando que o programa pode ser visto como uma "herança bendita" para o sucessor do presidente.