O ministro do Esporte, Orlando Silva, afirmou hoje em audiência em duas comissões da Câmara ser vítima de um "tribunal de exceção" pelas acusações que vem sofrendo nos últimos dias. Ele reclamou de as denúncias do policial militar João Dias Ferreira terem sido repercutidas pela imprensa.
"Considero muito grave algumas afirmações, de que não importa a apuração, não importa o processo, o que importa é que há uma denúncia. Lembrei do tribunal de Nuremberg, do dito brasileiro: ''às favas os escrúpulos''. Isso é um tribunal de exceção. Acusar alguém e não provar, acusar alguém sem o devido processo é fazer um tribunal de exceção. Isso tangencia para o fascismo", disse o ministro.
Ele voltou a manifestar sua inocência diante das acusações de João Dias de que recebera propina de contratos celebrados no âmbito do programa Segundo Tempo. "É uma narrativa falsa, fundada em mentiras, fundada em inverdades".
O ministro reiterou também as acusações contra o policial militar. "Quem faz a agressão trata-se de um desqualificado, de um criminoso, de pessoa que foi presa, é uma fonte bandida". Ele lembrou que foi o Ministério que detectou irregularidades nos dois convênios firmados com entidades de João Dias. Observou que há uma tomada de contas especial no Tribunal de Contas da União (TCU) contra o policial e uma ação penal, que, segundo Orlando Silva, poderia estar perto do final.
Ressaltou que João Dias não apresentou ainda provas das acusações. "Até aqui esse desqualificado falou e não provou. Não provou porque não tem provas. Quem tem provas do malfeito sou eu e estão aqui. Foi tudo encaminhado ao TCU". Orlando Silva destacou as ações que tomou para pedir investigação. Aproveitou ainda para fazer uma longa defesa de sua gestão à frente da pasta. Enfatizou ainda a decisão do Ministério de não firmar mais contratos com ONGs no âmbito do programa Segundo Tempo.