A filha do escritor e guru bolsonarista Olavo de Carvalho, Heloísa de Carvalho, afirmou que o pai morreu em decorrência da Covid-19. A nota do falecimento divulgada pela família não informou a causa do óbito.
Rompida com o pai e detratora do presidente Jair Bolsonaro, Heloísa escreveu em rede social que havia perdido uma amiga querida pela doença no mesmo dia em que Olavo havia dito que não havia uma morte causada pelo coronavírus no país.
Olavo morreu nesta segunda-feira (24), aos 74 anos, nos Estados Unidos. O escrito sempre foi um dos principais porta-vozes em suas redes sociais dentre aqueles que contestam os dados sobre mortes e infectados pelo coronavírus, assim como Bolsonaro, símbolo do movimento negacionista no país.
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"O medo de um suposto vírus mortífero não passa de historinha de terror para acovardar a população e fazê-la aceitar a escravidão como um presente de Papai Noel", disse Olavo, por exemplo, em 2020.
"Olavo morreu de Covid, não tem como eu sentir grande tristeza pela morte dele, mas também não estou feliz. Sendo sincera comigo e meus sentimentos", escreveu.
O escritor morava nos Estados Unidos e estava hospitalizado. De acordo com administradores do grupo do Telegram que reúne os seguidores do ideólogo bolsonarista, ele recebeu o diagnóstico de Covid-19 no dia 15 de janeiro.
A mensagem sobre o diagnóstico da doença foi compartilhada depois de Olavo ter cancelado por duas semanas consecutivas as lives que transmite para os assinantes pagos de seu curso online de filosofia.
A morte foi anunciada pela família nos perfis oficiais do escritor nas redes sociais. Foi também confirmada à Folha pelo cineasta Josias Teófilo, próximo a Olavo. Ele deixa a mulher, Roxane, oito filhos e 18 netos.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) lamentou o falecimento. "Nos deixa hoje um dos maiores pensadores da história do nosso país, o filósofo e professor Olavo Luiz Pimentel de Carvalho. Olavo foi um gigante na luta pela liberdade e um farol para milhões de brasileiros", escreveu.
O governo federal manifestou pesar por meio de uma nota assinada pela Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência) e pela Secretaria de Cultura, em que Olavo é chamado de "intransigente defensor da liberdade".
Em dezembro, Olavo de Carvalho afirmou nas redes sociais que iria votar em Bolsonaro por falta de opção.
Antes aliado de primeira hora e tido como ideólogo do governo, o
escritor se tornou crítico do presidente.
Em recentes publicações, ele
disse que Bolsonaro falhou na briga contra o que chama de comunismo.
Também pelas redes, Olavo afirmou no ano passado que Bolsonaro é o
melhor candidato. "O problema é que, na situação calamitosa a que
chegamos, isso não basta", declarou.