A Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF) analisará o inquérito que motivou a Operação Pandora para verificar se há elementos para pedir impeachment do governador do DF, José Roberto Arruda. Segundo nota divulgada na noite dessa sexta-feira (27), caso haja elementos para isso, a proposta será submetida ao Conselho Pleno, órgão máximo da OAB.
A Operação Pandora da Polícia Federal (PF) foi desencadeada ontem (27) com o objetivo de reprimir fraudes em licitações no Governo do Distrito Federal. Segundo a PF, foram cumpridos 29 mandados de busca e apreensão em Brasília, Goiânia e Belo Horizonte, expedidos pelo Ministro Fernando Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Cerca de 150 policiais federais cumpriram os mandados em gabinetes de órgãos públicos, residências e empresas. De acordo com a PF, a investigação detectou indícios de pagamento de recursos a altos servidores do governo, por empresas que mantinham contrato com o GDF. Foram apreendidos computadores, equipamentos eletrônicos, documentos, além de R$ 700 mil, US$ 30 mil dólares e 5 mil euros. O material apreendido será analisado e posteriormente encaminhado ao STJ, informou ontem a PF.
O ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa decidiu ajudar nas investigações em troca de eventual redução de pena. Ele aceitou que escutas fossem instaladas em suas roupas e, com isso, gravou uma conversa em que Arruda supostamente oferece propina a deputados distritais aliados. Barbosa foi colocado no programa de proteção de testemunhas da PF.
Delegado da Polícia Civil aposentado, Barbosa integrou o governo de Joaquim Roriz (PSC), durante o qual chegou a presidir a Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central (Codeplan), alvo de numerosas denúncias de irregularidades, como a contratação indevida de empresas terceirizadas. Por ter colaborado na campanha eleitoral de Arruda, em 2006, foi nomeado secretário de governo.
A assessoria de imprensa de Arruda ainda não sabe informar se o governador vai se pronunciar sobre o assunto.