Política

Número de vagas cresce, mas o desemprego também

10 set 2002 às 19:17

De acordo com Ministério do Trabalho e Emprego, o nível de emprego formal no Paraná registrou aumento de 0,72% em junho de 2002, índice acima da média nacional, que foi de 0,60%. Os números apontam 1,462 milhões de trabalhadores com carteira assinada no Estado, colocando o Paraná em 5° lugar no ranking nacional em crescimento do emprego formal.

Para a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), o índice de emprego da indústria no primeiro semestre de 2002, em comparação ao mesmo período de 2001, apresenta alta de 6,40%. Já o nível de emprego no setor industrial obteve aumento de 3,10% em julho de 2002, totalizando 11.100 novas vagas.


Entretanto, o desemprego também cresceu no mesmo período: o número de desempregados no Estado aumentou 16%, segundo o IBGE, e 12%, no levantamento do Dieese.


Os dados do governo do Estado mostram a criação de mais de 650 mil empregos diretos e indiretos após a implantação da política de industrialização do Paraná. O investimento de fábricas do setor automotivo, desde 1995, já é de US$ 5,5 bilhões, segundo o governo estadual. Mas os dados do Dieese não atribuem à industrialização recente a responsabilidade pelo crescimento do emprego no Paraná. A queda na produção das montadoras instaladas na Região Metropolitana de Curitiba, com o consequente corte de pessoal, colocaram em cheque uma das principais bandeiras do Governo Lerner na questão do trabalho: o incentivo fiscal como forma de atrair investimentos industriais e gerar empregos.


Segundo relatório elaborado pelo Dieese, lançado no início de agosto deste ano, o crescimento do emprego no Estado foi sustentado pela Agropecuária, Comércio e Serviços. Estes três setores representaram 79% dos empregos gerados em 2002. A alta foi registrada justamente nos setores tradicionais da indústria paranaense: Alimentação, Vestuário, Madeira e Mobiliário e Indústria Mecânica. A desvalorização cambial e o bom desempenho da última safra agrícola determinaram os bons números, muito mais creditados à fatores externos, segundo a análise do Dieese.

Um dos destaques do levantamento do Dieese foi a indústria de alimentos, que teve um dos maiores crescimentos na oferta de empregos industriais nos últimos anos. No Paraná, a participação desse setor no total de empregos não é tão grande - 6,5% -, mas cresceu 15% em 2001 e manteve o mesmo ritmo no primeiro semestre de 2002. No mesmo período, as montadoras do Paraná tiveram queda de quase 30% na produção, provocando o corte de 266 postos de trabalho.


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