Política

Novos oposicionistas podem perder cargos

18 out 2001 às 08:52
Além da ofensiva contra os prefeitos, a base governista quer de volta o domínio nas comissões. O líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Durval Amaral (PFL), quer alterar a composição das comissões permanentes da Casa e recuperar os cargos "perdidos" para a bancada de oposição. A principal comissão da Casa –a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)– está nas mãos da oposição. Dos 15 deputados que a compõem, a maioria (8) está na oposição.
Tradicionalmente, o governo mantinha o domínio nas comissões. As alterações começaram no início deste ano, quando aliados se posicionaram contra a venda da Copel, que se tornou o divisor de águas na base de apoio. Hoje ex-aliados, esses parlamentares mantiveram os cargos nas comissões, o que não agrada à liderança governista.
Amaral vai apresentar na segunda-feira um requerimento solicitando as mudanças à mesa executiva. Ele já encomendou um estudo das composições das 16 comissões permanentes, e quer que os líderes dos partidos –responsáveis pelas indicações dos membros– escolham substitutos. "Estamos fazendo um novo cálculo (com base no tamanho das bancadas) para mudar a representação", disse. O pefelista frisou que a vaga pertence aos partidos e não aos parlamentares. Com isso, os deputados que mudaram de legenda e migraram para a oposição podem perder suas vagas.
A CCJ perdeu três governistas. Serafina Carrilho (PL), Algaci Túlio (PSDB) e Marcos Isfer (PPS) estão votando contra o governo. Os novos ocupantes das vagas deverão ser escolhidos pelos partidos que os elegeram. Serafina foi eleita pelo PSDB. Túlio, pelo PTB. Isfer pertencia ao PFL.
As mudanças esbarram na interpretação do Regimento Interno. Alguns deputados acreditam que as mudanças nas comissões só podem ocorrer no início das legislaturas. O presidente da Casa, Hermas Brandão (PSDB), disse que vai decidir após analisar o Regimento Interno. "Vou solicitar embasamento jurídico à Procuradoria".
Isfer não acredita que possa perder a vaga, e aposta no posicionamento da mesa executiva. Há meses, Túlio já esperava retaliações por ter se colocado contra o governo. No final do primeiro semestre, ele perdeu a liderança do PTB para Carlos Simões, ao anunciar que estava contra a venda da Copel.

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