A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) saiu na tarde desta segunda-feira (1º), em defesa do marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, denunciado hoje, juntamente com 19 investigados, pelo Ministério Público sob a acusação de ter montado uma organização criminosa responsável por lavar dinheiro e pagar propinas para o PT e para os diversos agentes públicos e privados, que superam os R$ 100 milhões.
Em pronunciamento da tribuna do Senado, a petista disse que já esperava essa iniciativa, após o indiciamento e da "prisão absurda" a que Paulo Bernardo havia sido submetido. A senadora criticou o fato de os procuradores terem dito, em entrevista coletiva, que o ex-ministro era o mentor do esquema, por ter um e-mail que "comprova" as acusações. Ela pediu a divulgação da correspondência eletrônica.
"Onde está esse dinheiro? Eu faço um desafio aqui a esse procurador, a esse juiz, à Polícia Federal: achem esse dinheiro! Onde nós colocamos? Não há um centavo. Nós não pegamos um centavo. Meu patrimônio não chega a esse montante; aliás, ele é absolutamente compatível com o que ganho. Eu desafio esses promotores que adoram fazer discurso a dizer onde está esse dinheiro", afirmou.
Em tom de ironia, a senadora disse que os procuradores, "que gostam tanto de política", deveriam se candidatar. Ela afirmou que eles não têm coragem e preferem ficar no conforto de exercer um cargo com estabilidade e de falar o que querem, "sem ter que ter responsabilidade". "Aliás, quando se fala que eles devem ser responsabilizados pelos seus atos, são os primeiros que pulam para trás e acham que não devem", disse.