A comissão provisória que comandará o PSDB paranaense deve ser montada na segunda-feira pela cúpula nacional. O presidente nacional do partido, deputado José Anibal (SP), disse que ainda não foi decidido se a comissão terá sete ou 11 membros.
A Folha apurou que os nomes cotados para integrar a comissão são os dos deputados federais Basílio Villani - autor do pedido de dissolução do diretório, decidida na última terça-feira -, Odílio Balbinotti e Alex Canziani, além do ex-governador José Richa e do presidente brasileiro da Itaipu Binacional, Euclides Scalco.
Podem ainda fazer parte do grupo o vice-prefeito de Curitiba, Beto Richa, e o presidente da Assembléia, Hermas Brandão, ambos do PTB. Eles terão que assinar ficha no PSDB, para poder compor a comissão. O nome de Hermas Brandão é um dos mais cotados para chefiar a comissão provisória.
Anibal não quis confirmar o nome e nem adiantar quem será o "interventor" do PSDB. Oficialmente, o termo não existe no estatuto do partido, mas quem chefiar a comissão terá a missão de reorganizar o ninho tucano e neutralizar a influência do senador Alvaro Dias (ex-presidente da sigla no Paraná).
O senador caiu em desgraça entre os tucanos quando assinou o requerimento para instalação da CPI da Corrupção, que investigaria o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Alvaro está sendo expulso do PSDB.
Mas a guerra entre Alvaro e a executiva nacional foi ainda mais longe. Os alvaristas conseguiram realizar as convenções municipais, no mês passado, por força de liminar. A cúpula nacional não reconhece as convenções e promete realizá-las novamente no final de outubro ou início de novembro. A meta do senador era emplacar, nas convenções, o maior número possível de aliados.
José Richa nega que o novo PSDB possa ter vínculos com o grupo do governador Jaime Lerner (PFL), como acreditam os alvaristas. Com o objetivo de atravancar uma possível entrada do prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL), no partido, ficarão aliados de Alvaro. Entre eles, Haroldo Ferreira, Erasmo Garanhão e Hélio Duque.
O deputado federal Luiz Carlos Hauly - que perdeu a presidência estadual do partido com a dissolução -, diz que não aceitou fazer parte da comissão provisória que assumirá o controle do partido. Ele vai encaminhar recurso suspensivo à direção nacional, contra a decisão de dissolver o diretório. E promete ir à Justiça se não conseguir reverter a situação internamente.