O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado (15), em Madri, que a votação do Congresso que absolveu o senador Renan Calheiros "não foi impunidade". Segundo ele, a votação ainda demonstrou que "depois do (ex-presidente Fernando) Collor, o Brasil tem instituições sólidas para julgar".
Em uma conversa com os jornalistas que acompanham a visita de Estado à Espanha, Lula comentou também que não teme ter a imagem prejudicada por qualquer acusação de apoio pessoal ou do governo ao senador.
"O povo me conhece bem. Se tem alguém que me conhece no Brasil é o povo brasileiro", afirmou. "O que foi publicado na imprensa como verdade, vai ser visto como verdade. O que for mentira também. Haverá o dia em que as coisas vão ficar claras para todo mundo".
Direito de defesa - Sem afirmar se acredita ou não na inocência de Renan Calheiros, Lula respondeu que como presidente não julga ninguém. "Não sou juiz. Estou dizendo há três meses que Renan é o presidente do Senado", declarou.
Mas o presidente enfatizou o direito do senador de rebater as críticas. "Deus queira que o Brasil seja um país com regras que dêem às pessoas o direito de se defender. Qualquer cidadão que comete um erro tem que saber que há mecanismos para julgá-lo. E é importante que as pessoas acusadas tenham o direito de se defender".
Lula disse que o Senado tomou a decisão que achou melhor para a instituição, e que ainda não falou com Renan Calheiros. Mas está disposto a uma conversa assim que voltar a Brasília.
"Chego lá pela meia-noite de segunda-feira. Quando ele quiser, é só me ligar que vou recebê-lo como sempre", afirmou.