A deputada estadual Cloara Pinheiro (PSD), procuradora especial da Mulher da Alep (Assembleia Legislativa do Paraná), defendeu em entrevista à Folha de Londrina a permanência da Secretaria de Políticas para as Mulheres de Londrina e disse não ter sido consultada pelo prefeito Tiago Amaral (PSD) sobre a decisão de acabar com a pasta.
Em meio à reforma administrativa, Amaral deverá juntar as pastas da Mulher, do Idoso e de Assistência Social na Secretaria da Família e Desenvolvimento Social, que será comandada pela empresária Marisol Chiesa.
A deputada estadual ressalta que desenvolve um trabalho importante com a Procuradoria Especial da Mulher na Assembleia Legislativa e que a junção das três secretarias em Londrina é “muita coisa”.
“Eu vejo com uma certa preocupação [o fim da pasta]. Eu não fui consultada. Sou procuradora da Mulher do Paraná, já fui a Brasília falar em nome do estado como a melhor Procuradoria. Nós crescemos muito fazendo o trabalho”, diz a parlamentar, que cita a expansão das procuradorias municipais, que já são 162 e outras 15 que serão abertas.
“Sabemos que não vai acabar, mas acredito que teria de ser uma pasta só da Mulher e continuar esse trabalho que é feito desde 1993. Somos pioneiras na nossa cidade.”
Cloara conta que ainda não conversou com Amaral mas que, enquanto deputada e representante das mulheres, deveria ter sido procurada pelo prefeito.
“Temos uma certa experiência. São dois anos trabalhando [na Procuradoria], fora os 18 anos de serviço social e 26 de televisão, sempre falando do empoderamento da mulher, falando não à violência”, dizendo que torce para que a decisão do prefeito seja acertada. “Mas eu fico um pouco apreensiva, uma secretária para cuidar de três pastas. Tomara que tenha uma equipe muito boa, muito capacitada, para que seja feito um bom trabalho”, acrescenta.
A deputada avalia que os casos de violência contra a mulher - e de feminicídio - têm se tornado mais frequentes e que as mulheres precisam se sentir valorizadas e acolhidas. Ela acredita que a realização de um trabalho de base nas escolas paranaenses pode dar resultados no combate à violência.
Questionada sobre a nomeação de Chiesa para as pastas, Cloara disse que é “uma escolha do prefeito”.
A deputada ainda acredita que o prefeito não vai voltar atrás da decisão, mas que irá “torcer para que tudo dê certo”.
“Não podemos tirar nada. Não é hora de dividir, é hora de somar forças”, garantindo que está à disposição da Prefeitura.
REPERCUSSÃO
A decisão de Amaral repercutiu negativamente entre as entidades e lideranças ligadas às políticas das mulheres. A presidente do CMDM (Conselho Municipal dos Direitos da Mulher), Sueli Galhardi, disse à FOLHA que a decisão está “na contramão da história” e é um “imenso retrocesso”.
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