O promotor Dicesar Augusto Krepsky, da Promotoria de Investigações Criminais (PIC), deve entregar nesta terça-feira à procuradora-geral de Justiça, Maria Tereza Uille Gomes, o relatório sobre as supostas agressões e maus-tratos a pessoas atendidas pela Fundação de Ação Social (FAS), de Curitiba.
Ele conclui, preliminarmente, que não há indícios suficientes que justifiquem uma intervenção judicial na instituição.
As denúncias foram apresentadas pela procuradora do Trabalho, Margareth Mattos, e por representantes de 40 entidades ligadas à criança e ao adolescente, no dia 2 de abril.
De acordo com a denúncia, um idoso teria morrido em consequência de espancamento, comprovado em laudo do Instituto Médico Legal (IML), supostamente cometido por um funcionário da FAS.
Outros laudos indicariam lesões corporais sofridas por três adolescentes também atendidos pela entidade.
Krepsky explicou que se ateve ao caso de Arizoni Machado, 60 anos, atendido em setembro de 2002 pela FAS e que foi encontrado morto nas imediações da entidade. Isso porque não há registro policial do suposto espancamento dos adolescentes.
Segundo o promotor, que teve acesso ao inquérito policial, um funcionário de uma empresa que presta serviços de segurança à FAS teria agredido o idoso porque ele estaria se recusando a tomar banho.
O funcionário, segundo ele, admitiu ter usado força física, mas na tentativa de conter uma briga entre Machado e outros internos.
Para o promotor, tratou-se de um fato isolado. Na visita à instituição, Krepsky disse que entrevistou outros internos e que não houve queixa de maus-tratos.
''A direção da entidade tomou as providências que estavam ao seu alcance; pediu afastamento imediato do funcionário e instaurou uma sindicância para apurar os fatos.''
Como sua atuação é na área criminal, Krepsky vai sugerir à procuradora-geral que outras promotorias como a de Cidadania e do Idoso também se envolvam no caso.
A conclusão não agradou Margareth, que irá insistir que os fatos continuem sendo alvo de investigações.