Política

MP acata denúncia contra Jader Barbalho

18 dez 2002 às 19:33

O senador cassado Jader Barbalho (PMDB-PA) irá responder a uma ação por evasão de divisas do país por seu envolvimento no projeto Usimar, que desviou cerca de R$ 44 milhões da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) em 1999. A denúncia do Ministério Público (MP) federal acusando o ex-senador foi acatada pelo juiz Sérgio Fernando Moro da 2ª Vara Federal Criminal, em Curitiba.

De acordo com o procurador Nazareno Jorgealém Wolff, Barbalho enviou ilegalmente ao exterior uma quantia de R$ 6.9 milhões, oriundos de comissões pagas pelos idealizadores do projeto Usimar. Segundo uma investigação realizada pelo MP em 2002, os empresários curitibanos Theodoro Hubner Filho, Valmor Filipetto e Amauri Santos teriam organizado uma fraude para facilitar a aprovação do projeto Usimar junto a diretoria da Sudam, em um esquema que contava com a participação de Barbalho, que receberia 20% das verbas destinadas ao projeto.


O sistema de lavagem de dinheiro utilizado pelo grupo era complexo e envolvia até uma empresa multinacional, a Bombril. Após fazer o dinheiro circular por diversas empresas do grupo de Theodoro Hubner, um total de R$ 8,8 milhões teria sido repassado a Barbalho. O ex-senador então teria depositado cerca de R$ 7 milhões em uma empresa de fachada em São Paulo, a Logística Operações Promocionais. Através de uma operação de compra de títulos do tesouro americano e câmbio de dólares, a Bombril se encarregava de enviar o dinheiro para o exterior, segundo a denúncia do procurador Nazareno Wolff. O MP investiga a possibilidade do esquema Logística/Bombril ter enviado até cerca de R$ 640 milhões para o exterior ilegalmente, atendendo a outros clientes.


Apesar da denúncia contra o senador ter sido aceita na Justiça Federal em Curitiba, o processo deve mudar de foro em breve. Como Jader Barbalho elegeu-se deputado federal pelo Pará nas eleições de outubro, o peemedebista garantiu o direito de responder a ações em foro privilegiado. A ação criminal deve seguir no começo do ano para o Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília, logo após Barbalho assumir seu mandato.

*Leia mais na edição desta quinta-feira da Folha de Londrina


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