O juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato, considerou o risco de tumultos para decretar a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo da 24ª fase batizada de Operação Aletheia. Houve suposto vazamento da operação e identificação de mobilização para gerar tumulto nas buscas.
"Apontado motivo circunstancial relevante para justificar a diligência, qual seja evitar possíveis tumultos como o havido recentemente perante o Fórum Criminal de Barra Funda, em São Paulo, quando houve confronto entre manifestantes políticos favoráveis e desfavoráveis ao ex-presidente e que reclamou a intervenção da Polícia Militar", diz Moro em despacho.
"Colhendo o depoimento mediante condução coercitiva, são menores as probabilidades de que algo semelhante ocorra, já que essas manifestações não aparentam ser totalmente espontâneas." Segundo Moro, com a medida, "previnem-se incidentes que podem envolver lesão a inocentes", sem embargo do direito de manifestação política.
"Por outro lado, cumpre esclarecer que a tomada do depoimento, mesmo sob condução coercitiva, não envolve qualquer juízo de antecipação de responsabilidade criminal, nem tem por objetivo cercear direitos do ex-Presidente ou colocá-lo em situação vexatória."