A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ficou surpresa com o anúncio da renúncia do presidente da Corte, Joaquim Barbosa, comunicada pela manhã aos chefes do Poderes Executivo e Legislativo, antes de ser anunciada oficialmente em plenário. O ministro já havia afirmado que deixaria o tribunal antes completar 70 anos, período para aposentaria obrigatória no serviço público.
Antes da sessão plenária, o vice-presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, disse que não tinha sido comunicado formalmente da renúncia. "Ainda preciso tomar ciência do fato. Não sei de nada, não fui comunicado de nada formalmente, preciso tomar ciência", afirmou.
O ministro Marco Aurélio, segundo integrante mais antigo, disse que a renúncia pegou o Supremo de surpresa. "Não sabíamos de nada, pelo menos eu não tinha conhecimento de que ele deixaria o tribunal antes da expulsória", afirmou.
Teori Zavacki afirmou que também foi surpreendido. "Para mim foi uma surpresa, eu não sabia. Já houve outros casos de ministros renunciando, mas é raro."
Barbosa tem 59 anos e poderia continuar na Corte até 2024, quando completaria 70 anos e deveria ser aposentado compulsoriamente. Pela manhã, Barbosa se reuniu com a presidenta Dilma Rousseff e com os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) para comunicar a decisão.