Dezenas de milhares de pessoas realizaram uma passeata na capital dos Estados Unidos, Washington, para protestar contra as reformas do sistema de saúde propostas pelo presidente americano Barack Obama, os pacotes de estímulo econômico do governo e os gastos para socorrer instituições financeiras e a indústria automobilística.
A manifestação foi organizada por um grupo de entidades conservadoras, como Freedom Works, Tea Party Patriots e ResistNet, que exigem redução dos impostos e menor intervenção do Estado na economia.
Os participantes, vindos de várias partes do país, fizeram uma marcha da Casa Branca até o Capitólio no sábado, levando faixas e cartazes que criticavam o projeto de reforma do sistema de saúde de Obama. Algumas reclamavam do que diziam ser o "avanço do socialismo" nos Estados Unidos.
O correspondente da BBC em Washington, Imitas Tyab, disse que os manifestantes queriam deixar claro que acham que gastar dinheiro dos contribuintes com um seguro de saúde governamental poderia levar a um aumento da inflação, arruinando a economia do país.
No mesmo dia, Obama defendeu seus planos em um ato público na cidade de Minneapolis. Em discurso a cerca de 15 mil pessoas, Obama advertiu os americanos para não se deixarem "enganar por estórias de terror" contadas pelo que chamou de grupos com interesses especiais que são contra o programa de saúde universal.
"Gente demais usou esta oportunidade para marcar pontos políticos no curto prazo ao invés de trabalhar em conjunto para resolver os desafios de longo prazo (...) Agora é hora de agir. Agora é a hora de garantir assistência médica para cada americano."
Estima-se que cerca de 46 milhões de americanos não tenham seguro-saúde e outros 25 milhões não estão segurados de maneira adequada.
O programa de reforma do sistema de saúde em tramitação no Congresso tenta aumentar a cobertura para 97% dos americanos, ao custo de cerca de US$ 900 bilhões.